Por Durga Ahlund
A palavra bandha significa “ferrolho”, “trava” ou “contração”. Tradicionalmente, os mestres apenas mostravam os bandhas aos estudantes depois de atingirem a mestria nos ásanas, pranayamas e mudras. Os bandhas são travas psicoenergéticas, técnicas yogues avançadas, conhecidas por aumentar e redirecionar o fluxo de energia prânica ao alto. A energia toma o canal sutil central (sushuma nadi). Os bandhas são importantes para a prática segura e eficaz dos ásanas. Elas criam um suporte energético para o corpo e sustentam as posturas a partir do interior. Podem sustentar o corpo fisicamente, protegendo a região sacro-ilíaca e lombar da coluna vertebral. Prolongam a coluna vertebral e abrem a caixa torácica. Fazem uma massagem nos órgãos internos e estimulam o aparelho endócrino. No plano fisiológico, favorecem a respiração e a circulação. No plano neurológico, internalizam a consciência, estimulam o sistema nervoso central e criam um senso de relaxamento e bem-estar.
A utilização dos bandhas na prática dos ásanas pode nos ajudar a despender um esforço menor ao manter uma postura. Menos energia é requisitada e mais energia é estimulada. Há um equilíbrio natural no corpo entre a tensão e o relaxamento. Os bandhas aumentam a tensão nos músculos que sustentam a coluna vertebral e induzem a contração, ao passo que o fluxo energético eleva o nível de flexibilidade e fluidez do corpo. Os bandhas abrem um espaço no corpo e o preenchem de prana, o que cria as condições necessárias para a cura, a quietude e a descontração profunda.
Existem três tipos de bandhas: o mulabandha, o uddiyana bandha e o jalandhara bandha. O mahabandha é uma combinação desses três. No plano físico, o mulabandha é a contração do períneo e dos músculos vaginais. O Uddiyana bandha é a contração do abdômen e do plexo solar; o jalandhara bandha é a contração da garganta. Todos os bandhas têm um efeito sobre o corpo físico, uma vez que harmonizam o aparelho endócrino e também regulam os biorritmos do corpo. Essas contrações reforçam as atividades parassimpáticas do corpo: reduzem o ritmo cardíaco, a tensão arterial e a respiração, o que favorece o repouso e o relaxamento. Mas não é tudo. A utilização de bandhas reforçam e equilibram o sistema nervoso simpático, que nos prepara para a ação, em especial, nas situações estressantes ou excitantes. Globalmente, os bandhas põem em equilíbrio esses dois importantes componentes do sistema nervoso autônomo, o que tem um efeito positivo sobre o hipotálamo e o sistema endócrino, bem como fazem as trocas de informações no sistema afetivo do cérebro (sistema límbico) e no córtex cerebral. Produzem ondas cerebrais alpha, que induzem ao relaxamento e favorecem a cura e estados meditativos.
O principal efeito dos bandhas é sobre o sistema energético do corpo no nível prânico. Dizemos que, a nível físico, os bandhas são ligados a um plexo nervoso particular na coluna vertebral e têm um feito sobre as glândulas endócrinas, mas que, ao nível prânico sutil, eles têm, igualmente, um efeito sobre os centros energéticos (chakras). Os bandhas são contrações musculares que bloqueiam, redirecionam e canalizam as energias prânicas sutis na coluna vertebral. Além disso, cada bandha estimula um prana vayu particular no corpo: o prana (expiração e energia ascendente), apana (inalação e energia descendente), samana (energia de contração e de equilíbrio no centro do umbigo), vyana (a energia ascendente em espiral, responsável pelo despertar do espírito). O papel dos bandhas, em particular, o mulabandha é de bloquer o movimento descendente de apana, o redirecionando ao alto. Isso estimula, na coluna vertebral, uma elevação da energia que escapa pelos capilares, nutrindo, assim, o corpo físico. No plano sutil, os centros energéticos situados ao longo da coluna vertebral recebem uma infusão de energia vital.
Mulabandha
O Mulabandha (trava de raiz) sustenta internamente o corpo físico nos ásanas, e pode alinhar não apenas o físico, mas, também, o mental e o afetivo. Sua prática regular pode ajudar a manter o equilíbrio hormonal e estimular a atividade nervosa associada à região pélvica, regulando, também, os órgãos internos. Utiliza-se esse bandha de maneira terapêutica na Índia, como ferramenta contra problemas urinários, alimentares e sexuais. É bom para a estabilização das menstruações e para a harmonização dos aparelhos urinário e genital, tanto femininos, quanto masculinos. Sua prática traz um senso imediato de relaxamento profundo, e sua prática regular pode reduzir os efeitos do stress, da ansiedade e da depressão. Combinado com o pranayama, o mulabandha é uma poderosa ferramenta, servindo a concentrar a energia e o mental, o que facilita enormemente a prática dos ásanas. O mulabandha reforça o sistema nervoso sutil, estimulando todo o sistema de nadis que têm saída no chakra da base, o muladhara.
O mulabandha consiste, normalmente, em contrair os músculos do períneo e do órgãos genitais, com o ânus relaxado. Os músculos do períneo constituem um grupo muscular que cobrem a parte do soalho pélvico, que é ligado às áreas urogenitais e anais. Não se trata de apenas um músculo. Homens e mulheres têm esses músculos em comum. A contração completa do períneo traz ashwini mudra (contração dos esfíncteres em torno do ânus), ao mesmo tempo que mulabandha. Entretanto, o chakra muladhara na mulher situa-se no interior da vagina, de sorte que a prática correta desse banda pode necessitar a contração, ao mesmo tempo, dos músculos vaginais e anais. O mulabandha pode ser praticado com sucesso em cada uma das 18 posturas.
Uddiyana Bandha
O uddiyana bandha contrai, além de todo o plexo solar, também os órgãos digestivos, as glândulas supra –renais, o pâncreas e os rins. A prática desse bandha tonifica o sistema digestivo. A contração do plexo solar traz uma importante produção de energia no abdômen e no peito. Essa energia possui propriedades curativas e tonificantes, reforçando nossa sensação de bem-estar. O Uddiyana bandha reforça o sistema nervoso simpático, melhorando sua eficácia. Permite-nos controlar o sistema nervoso simpático, a fim de que não se ative em situação que não são apropriadas. Isso pode ajudar a controlar o estresse e a ansiedade. No nível sutil, esse bandha estimula o manipura chakra, situado no plexo solar, o inundando de energia vital.
O uddiyana bandha consistem em contrair o abdômen e levantar o diafragma, criando uma caverna com o estômago. Puxe o abdômen e o umbigo para dentro, em direção à parte de trás do corpo. Permita a uddiyana bandha produzir-se naturalmente nas posturas, enquanto a energia começa a se movimentar em direção ao alto, irradiando do plexo solar.
Jalandhara bandha
O jalandhara bandha estira a garganta, puxando a coluna vertebral sobre o cérebro. A palavra jala refere-se ao cérebro e aos nervos que passam pelo pescoço, e dhara significa “em direção ao alto”. Diz-se que esse bandha tem um efeito sutil sobre as glândulas pituitária e pineal. A flexão do pescoço para frente (aproximando o queixo do peito) tem um efeito sobre as glândulas tireóide, paratireóide e sobre o timo. Estimula a região raquidiana parassimpática do bulbo raquidiano, que regula o ritmo cardíaco, e respiração e a tensão arterial. Finalmente, esse banda comprime a cavidade da carótida, que regula a pressão arterial. Essa compressão ajuda a diminuir a pressão arterial. A redução da atividade simpática traz uma sensação de relaxamento e bem-estar. A prática desse bandha estimula vishuddhi chakra na garganta, o inundando de energia vital. Essa trava eleva o fluxo prânico no sushuma. Para praticar jalandhara bandha, é necessário pressionar o queixo contra o peito. Esse bandha é, seguidamente, empregado na prática das etapas finais da postura da vela (sarvangasana), do arado (kalapoyasana), a postura simbólica do yogue (yogamudrasana), a postura da luz (vajroli mudrasana) e a postura da firmeza (suptavajrasana).
Todos os direitos reservadoss: M. Govindan Satchidananda, maço 2006
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